A minha cama é um mundo!

 

 

Café renova a vida!

 

 

 

 

Portugal é "Onda Gigante"!

 

 

 

Portugal é Mar!

 

Portugal é Mar

 

 

Terra Escacada?!

 

Terra Escacada

 

A Ibéria vista do espaço!

 

Ibéria

 

 

O Mundo "Café com Leite"

 

Mapa1 

 

Mapa da Consciência Hídrica

 

Consciência hídrica

                                                                                 Mapa Mundi em Borra de Tinta

 

Mapa Borra   

                                                                   

                                                                                                 Globo Maçã

 

  Mapa Mundi

 

 

ZEE

 

 

 

 

 

 

 

          Já ultrapassámos os 7 mil milhões de habitantes na Terra 

 

População

 

 

Mapa da Península Ibérica

 

Mapa da P.Ibérica

 

Terrorismo - 11 de Setembro - "Ex-WTC" 

 

Terrorismo 

 

A luta dos egípcios

 

Imagem do conflito

                                             

 "Misr Eterno

Descobri ao pôr-do-sol sobre o maior rio do mundo, a “chave da vida”! É o símbolo que dissocia o delta do Nilo (Baixo Egipto) do vale fértil, que percorre o maior deserto do mundo, sobretudo de Memphis até Abu Simbel (Alto Egipto). Redescobri a história até trinta séculos antes de Cristo, perpassando pelo domínio faraónico do Império Antigo ao Império Novo, das conquistas grega e romana até à colonização inglesa, não olvidando a actualidade pejada de enigmas sobre o passado e o rumo indefinido sobre o futuro. Do “Beau Rivage”, um barco de cruzeiro a operar nestas paragens, contemplei a beleza agridoce do vale, os canais de irrigação, as tamareiras e toda uma agricultura de auto-sustentação com milho, cana-de-açúcar, banana, manga, goiaba, arroz, laranja, tomate etc. Fui recebido com Karkadé, a bebida nacional, cujo brinde representa boa estada e boa sorte! Adorei como o Amon-Rá, o sol e a forte luminosidade, encontrava-me na linguagem árabe em Misr (Egipto), cujas temperaturas oscilavam entre os 40ºC e os 50ºC. Era um sonho de miúdo visitar o país, que detém cerca de 30% dos monumentos mundiais, uma civilização clássica que nos deixou um legado muito rico. Afinal, o desejo de eternidade misturava-se com o poder da Antiguidade e os anseios de imortalidade da alma! Anubis, o Deus da mumificação, configurou esse sonho a muitos Faraós e Tebas foi a cidade da perpetuação espiritual, o lugar sagrado de reis e rainhas. Por esse facto, encontrámos próximos de Luxor, o vale dos reis e o vale das rainhas (vales cársicos), onde surgem tumbas escondidas na montanha Tebana, bordejada pelo deserto que irradia imensa luz, enquanto miragens mágicas enganam a visão humana. Cada túmulo corresponde ao primeiro tipo de “construção do metro” no mundo, onde se ocultava um depósito do corpo para a eternidade. Aliás, o processo de construção subterrânea é exactamente o mesmo, como acontece nos nossos dias. Tesouros imensos eram guardados num secretismo pelos arquitectos, engenheiros e trabalhadores desses tempos remotos. Assim aconteceu com Tutankhamon, faraó da 18ª dinastia, cuja riqueza espantosamente colossal foi descoberta por Cárter e está no Museu do Cairo. A famosa máscara de ouro com 20Kg de ouro maciço e os seus dois sarcófagos com 110Kg de ouro maciço cada um, espelham o poder místico do rei perante o seu povo. Demonstram a ciclópica vontade de amar o rei como uma divindade. Esta vontade é descrita nos papiros que preservam uma história de 50 séculos, o que é realmente notável! Sabe-se hoje que Ramsés ll teve 65 mulheres e a mulher que mais o beliscou ou incomodou foi a rainha Hatshepsut, uma mulher cerebral que defendeu a condição feminina e o seu valor perante a sociedade. Por isso, feminismo e machismo nasceram no Egipto Antigo e toda a cosmética e beleza da mulher já se fazia naquele tempo, usando fragâncias que hoje são comercializadas pelas grandes marcas internacionais, a saber Opium (Ísis), Cacharel (Nefertiti), Hugo Boss (Horus), Aramis (Seent of Arábia), Angel (Amon-Rá), Drakar Noir (Aida), etc. As essências estavam ligadas à flor de lótus (símbolo do alto Egipto), ao papiro (símbolo do Baixo Egipto), à Lavanda, à Flor de Sakkara (Onde existe a pirâmide escalonada), ao jasmim, à violeta, à rosa, ao narciso etc. Mas, estas ousadas utilizações da época, os colares, anéis e pulseiras davam à mulher um lugar de destaque. Curioso, como controlavam a fertilidade da mulher e como sabiam quando esta estava grávida. Naquele tempo, recolhiam urina da mulher e passavam a mesma, por grãos de trigo. Se o grão de trigo germinasse estaria grávida e era menina, uma ligação perfeita à quantidade de hormonas produzidas, se o grão mudasse de cor era menino e se não germinasse não estaria grávida. Ora, qual ecografia ou amniocentese preciosas as antigas egípcias possuíam! Também o primeiro preservativo foi descoberto nestas paragens milenares! É sabido que os muçulmanos não comem carne de porco por ser considerado um animal impuro mas, no tempo do politeísmo existente antes de Cristo, os porcos eram criados e retiravam-se as tripas destes, que depois de limpas, eram utilizadas como hoje, os “condom´s” actuais. De curiosidade em curiosidade, descobri que a verdadeira roleta dos jogos de casino era já uma invenção faraónica que se reporta ao tempo de Tutmosis. E quanto à Astronomia, Matemática e Engenharia, as pirâmides de Gizé representam uma obra extraordinária, cuja quadratura ainda hoje envolve muitas contas matemáticas. Como foi possível há milhares de anos, encontrarem um valor tão próximo da actual distância do Sol à Terra. Cada pirâmide servia para reflectir a luz do sol assim como, o esplendor de um rei. Quéops, o filho Kéfren e o neto Miquerinos mandaram edificar as pirâmides no planalto, cuja pedra calcária foi trazida pelo Nilo, sobretudo no Verão (Época das inundações). A quantidade de pedra utilizada serviria actualmente para construir um muro de 35cm que daria a volta a 85% do mundo. É deveras impressionante! Não obstante, Misr não se confina só às pirâmides, uma das sete maravilhas do mundo! Os templos de Philae consagrado a Ísis (Na ilha de Agilykia - Assuão), Erfu (Erfu significa luta ou combate) consagrado a Horus, Karnak a três quilómetros de Luxor, Amon em Luxor, Kom Ombo, Hathor em Dendera e Seti em Abydos inebriam os sentidos e deixam-nos estupefactos perante as colunatas, salas hipóstilas, estátuas gigantescas, frescos com hieróglifos, baixos e altos-relevos sedutores, capitéis greco-romanos, obeliscos, lagos sagrados para as abduções etc. Soma-se a isto, estátuas enormes que podem ser encontrados em diferentes pontos do país. Mas, as mais conhecidas são os famosos Colossos de Mémnon, duas hiper-estátuas próximas de Luxor, numa área de cultivo abundante. É aí bem perto, que encontrámos escultores e artesãos a trabalhar em alabastro, pó de granito, calcário, gemas interessantes etc. Numa posição osireica reconhecia o valor de antanho e apreciava os projectos actuais. Deste modo, no início da segunda metade do século XX e com a ajuda soviética, os egípcios construíram a barragem de Assuão, um espelho de água que garante o abastecimento doméstico e agrícola bem como, a produção de electricidade em larga escala. Claro, falámos de um povo que depende do Nilo. Este é um dom do Egipto e sabe-se que a água é a sua vida! Assuão é uma cidade mercantil e apresenta em frente ao seu principal cais, a ilha Elefantina. Para lá de Assuão, estende-se o lago Nasser, tudo isto na região da Núbia, com 350Km de extensão pertencente ao Egipto e 150Km em território sudanês. Neste lago operam apenas 6 cruzeiros e o governo de Mubarak não concede mais licenças, para não poluir esse reservatório de água fundamental. A caminho de Abu Simbel está um extenso deserto, cerca de 280km, onde aparecem rochedos em forma piramidal devido à erosão diferencial. Sucessivas miragens, reflexo do albedo desértico, aparentam lagos e rios à distância que não se vislumbram! Neste momento, os egípcios conquistam terras ao deserto, levando água do lago Nasser através de canais, até à região de Toshka. Existem novas aldeias e quintas experimentais com largas verduras que lutam pela fixação de povoados. O Egipto tem cerca de 11% de terras cultiváveis e conta chegar a 2017 com 35% de terras cultivadas. É um esforço admirável a juntar aos seus belos oásis de Siwa, Al Fayum e Baraka. Tem um canal que incentiva as ligações mediterrânicas ao Médio Oriente, sobretudo entre a Europa e a Ásia, refiro-me ao canal do Suez. O mar Vermelho é fonte de receitas turísticas e está ligado às cidades de Hurghada e Sharm-el-Sheik. Também é nessa área que o Egipto explora o seu petróleo. A península do Sinai (Onde pontifica o mosteiro de SªCatarina), outrora disputada com Israel, é uma área sensível sobretudo para os povos árabes. Montanhosa e desértica, a zona litoral é povoada mas, o interior tem poucas aldeias. Voltando à Núbia, a 80km do Sudão surge Abu Simbel, localidade pequena que alberga o templo de Ramsés ll, o grande e o pequeno. Abu Simbel foi talhado na rocha com estátuas gigantescas e o seu interior é de uma beleza incomensurável. Pinturas bem conservadas, esculturas, estátuas a servir de colunas e vestíbulos laterais de beleza ímpar mostram o fausto do esplendor faraónico e o seu culto aos mortos. As duas estátuas centrais, no seu interior, são iluminadas pela porta de entrada, duas vezes por ano, concretamente em 21 de Fevereiro e 21 de Outubro. Assim acontece com as estátuas de Ramsés ll e de Rá, as duas laterais sempre escuras são do Deus da Morte e de um Deus da Sombra. O templo pequeno era dedicado a Nefartari, a mulher preferida de Ramsés ll. Mas, Misr é encantador também pela cidade balnear de Alexandria. A cidade fundada por Alexandre Magno encerra um espólio maravilhoso, desde as catacumbas ao teatro romano, do forte (Que foi o lugar do mítico farol de Alexandria) ao palácio do rei Faruk, da biblioteca actual (Com 8 milhões de livros e um projecto comum de Internet com bibliotecas de Nova Deli, Nova Iorque e Sidney) em frente à universidade (Antigo lugar da famosa biblioteca de Alexandria) aos seus bazares típicos. É uma cidade organizada, com jardins a ombrear os prédios, as praias e os seus passeios alegres. As mulheres carregadas de roupa (Os muçulmanos não querem que a mulher exiba as partes podengas, se o fizerem são “espectaculosas” e condenadas pela sociedade!) tomavam banho com os seus miúdos e tal, lembrou-me o “banho santo” de S. Bartolomeu do Mar, no concelho de Esposende. Alexandria é uma cidade mediterrânica inesquecível, enquadrada no delta, próximo de Rosetta, o canal do Nilo onde Champollion retirou a famosa pedra, que se encontra hoje no museu britânico. Entre Cairo (Al Kaira – Cidade vitoriosa) e Alexandria é paragem obrigatória em Wadi El Natrum. O vale do Natrum é um refúgio dos coptas no deserto. Apresenta um mosteiro, com campos agrícolas muito produtivos, forno colectivo, escola, hospital, selas para os monges, a capela de S. Miguel, enfim uma vida comunitária, associada e estes cristãos (Cerca de 8 milhões no Egipto). Se somarmos um número próximo de 12 milhões de ortodoxos, temos cerca de 20 milhões de cristãos no Egipto. Porém, a religião dominante é obviamente a muçulmana (Mais de 40 milhões). Dizem os egípcios que foi a chegada dos árabes que os salvou do império romano e por isso, devem-no sobretudo ao Islão! Contudo, o país é moderado e não nutre fundamentalismos religiosos. O país é economicamente de grandes contrastes, pois encontrámos uma pequena percentagem da população muito rica, enquanto a maioria vive à míngua de muitas necessidades básicas. É frequente no Cairo encontrarmos crianças pedindo dinheiro e comerciantes a impingir qualquer artigo para venda. Claro, a necessidade é a mãe de todo o engenho! Pedem dinheiro por uma sombrinha, pela cedência de papel para limpar as mãos numa casa de banho, por um bocado de algodão, para circuitos de Kalesh etc. Muitos vivem por cima de cemitérios dada a falta de espaço, imaginem o Cairo, uma cidade que tem o dobro do total da população portuguesa. É caótica no trânsito (Funciona a lei do buzinão e até o burro tem prioridade entre os veículos em circulação), muito poluída e existem áreas “faveladas”, numa extensão de muitos quilómetros. Também conseguimos encontrar zonas nobres ao melhor estilo ocidental como é Heliopólis, área chique da classe mais abastada. No principal parque de diversões de Heliopólis encontrámos mulheres de burka mas, também as mais liberais sem qualquer véu na cabeça! Misr admite uma posição mais tolerante na apresentação e/ou julgamento da mulher socialmente. E diga-se de passagem, a mulher núbia, de rosto moreno e olhos claros é muito bela, e o que é bonito deve ser visível para gáudio de todo o ser humano!!! Não admira que Júlio César tenha ficado de “beicinho” por uma tal Cleópatra destas terras. Eu confesso que fiquei demasiado surpreso e encantado com a beleza egipcia. Uma semana após os atentados mortíferos de Sharm-el-Sheik, consegui visitar um país das mil e uma noites, qual Ali Babá à conquista do paraíso, qual risco de vida perante as vicissitudes dos tempos actuais. Senti-me seguro e aconselho sempre a quem puder, visite Misr eterno, o seu coração ficará extasiado pelas imagens que os seus olhos lhe devolverão!!! Gostei do pulsar de uma “bomba urbana” como o Cairo, do seu souk Khan el Khalili e todo o negócio retumbante das pechinchas, senti a grandeza de Alexandria, a monumentalidade de Luxor, o perfume intemporal do vale do Nilo e a protecção que a UNESCO concedeu a Abu Simbel, realmente imperdível aos olhos do comum dos mortais. A vida é um risco e parece-me que valeu a pena o risco de conhecer o exotismo do Egipto.

Paulo Dias  

 Clique ao lado para ver o Rio  http://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=2STmHsZiUr4 

                       S. Sebastião do Rio de Janeiro

 Depois da aterragem (aterrissagem como dizem os brasileiros) no Aeroporto do Galeão (Rio), eu a Lena, a Glória e o José Faria fomos de táxi até à casa da Sara, uma amiga brasileira que nos ia dar acolhimento em Cachambi! Estávamos na cidade dos cariocas, nome dado aos seus habitantes e que significa “casas de Verão”! O nome é indígena e vem desde o tempo da colonização portuguesa. Assim, “cari” é Verão e “oca” é casa, e para os índios da época, a um conjunto de casas dava-se o nome de “taba”! Os portugueses aportaram a esta cidade no mês de Janeiro e confundiram a Baía de Guanabara com um grande curso de água, e por ter sido no dia de S. Sebastião, o primitivo nome que lhe fora atribuído foi S. Sebastião do Rio de Janeiro. Também o nome índio da localidade gémea à baía manteve-se e deste modo, Niterói perdurou no tempo, significando a cidade sorriso. Porém, a “cidade maravilhosa” como é denominada, não perdeu o seu encanto natural, salientando-se o Pão de Açúcar, o Corcovado (Com o seu Cristo Redentor), a Urca, a Lagoa Rodrigo de Freitas, o Hipódromo da Gávea, a “Cabeça do Cão”, o Outeiro da Glória, os Altos da Penha e da Boa Vista, as praias de Copacabana, Leme, Ipanema e Leblon, a enseada de Flamengo, a Floresta e a Barra da Tijuca, etc. Contudo, o rendilhado das vias de comunicação é confuso e o trânsito é caótico. O Centro Histórico mantém toda a traça do casario lusitano e a Igreja da Candelária é um símbolo da religiosidade no coração da cidade. Para conhecermos bem o Rio, alugámos uma carrinha, para termos a flexibilidade tão desejável na semana em que íamos permanecer nesta grande metrópole. Foi Ronaldinho Gagá quem nos fez o aluguer e este, era um indivíduo ”enroladão” como nos dizia a Sara. Assim, na primeira vez que pegámos na carrinha, fomos logo surpreendidos por um “Blitz” (Operação Stop). A polícia pediu-nos a documentação, mas a carrinha não tinha o seguro em dia, e deste modo, foi apreendida! Nós fomos parar a um “depósito” de viaturas apreendidas pelos policiais. O “depósito” ficava próximo de uma favela (Não era a Rocinha!) e então, telefonámos ao Ronaldinho Gagá, contando a situação ocorrida, para que ele nos resolvesse o problema. O Gagá lá pagou o seguro e uma multa, e veio tirar-nos do depósito! Nós não tínhamos a ousadia de sair de lá sem ele, uma vez que o ambiente envolvente era “barra pesada”, pois até se ouvia o tiroteio na favela. Finalmente Gagá veio “liberar” o pessoal “portuga”, contanto que nós estávamos a rogar-lhe pragas, supondo que este devia estar com as orelhas de tom carmesim. Ultrapassado o problema, foi combinado com a Sara provar os sucos que os brasileiros tanto gostam e um churrasco em S. Cristóvão, mais precisamente na casa dos pais dela. S. Cristóvão é um bairro muito próximo do estádio do Maracanã e do Sambódromo. Os primeiros dias nesta cidade foram marcados por almoços e jantares suculentos. Lembro que provei picanha, empadas de camarão, batata calabresa, aipim (mandioca), chou-chou, jiló, feijoadas, esfiha, comida mineira, etc. Quanto a sucos, destaco todos aqueles que provei, como graviola, acerola, açaí, jaca, tamarindo, cajú, goiaba, umbú, maracujá, pitanga, jabuticaba, sapoti, cupuaçu, manga (rosa, espada e coração de boi), tudo resultante de frutos tropicais. No churrasco dos pais da Sara provei ainda uma “vitamina” à base de abacate que era divinal! Foi durante esse almoço que falámos do cruzamento de raças no Brasil, uma sociedade exemplar ao nível da miscigenação. Sendo assim, do cruzamento de um índio com um branco surgiu o “caboclo”, do índio com o negro deu o “cafuzo” e do índio com o mulato deu o “mameluco”. Mais ainda, com a vaga de migrantes, da mistura do branco ocidental com o japonês deu o nissei e do brasileiro com o espanhol o gaúcho. Etnia à parte, no final do churrasco, a comitiva hóspede foi de “bondinho” ao famoso “Pão de Açúcar”, passando pelas três estações – Praia Vermelha, Morro da Urca e por fim, o “Pão” (Relevo Residual). Embalados pelas visitas, fomos de seguida ao Corcovado num pequeno comboio panorâmico, de onde se avista melhor a grandiosidade urbana. Quando descemos, passámos pelo Aterro do Flamengo, Botafogo e Laranjeiras. Foi combinado com os nossos anfitriões ainda fazer os arredores do Rio nos dias seguintes – a Oeste, Angra dos Reis, a Norte, Petrópolis, e a leste, Anjos, Cabo Frio e Búzios. Foi numa viagem a Búzios que degustei caldo de cana, banana-passa e banana-pão, além de um gostoso bolo de fubá. Não obstante, desde o espólio de D. Pedro l em Petrópolis, à baía de Angra dos Reis (Com a Ilha Grande ao largo) tudo foi majestoso! Mas, na direcção oposta a Angra, surgiam também localidades maravilhosas como a aldeia dos Anjos e S. Pedro da Aldeia que nos mostravam os vestígios do esclavagismo, como por exemplo, a Igreja de S. Pedro da Aldeia construída na época dos Descobrimentos por escravos, as sanzalas e os quilombos, as roças e as enormes fazendas, os pastos dos bois zebú (Gado de bossa), etc. Próximo de Cabo Frio existe uma maravilhosa lagoa, onde passámos uma tarde relaxante e através de uma estrada de terra batida acedemos a Búzios. Aqui, aparecem vivendas e mansões junto a uma pequena enseada, cuja beleza é incrível! A enseada estava repleta de escunas (veleiros) e de velejadores a ler o horizonte. Em Búzios, comi uma moqueca de peixe e camarão com pirão (molho), num restaurante sui generis, que parecia ser de piratas, ele chamava-se “Osso Perdido”! A esplanada onde degustámos esta refeição típica permitia-nos ver a Ilha Rasa e a Praia dos Ossos. Bem, tive a percepção que me encontrava no paraíso e cá na Terra! Nos jardins de muitas casas viam-se tucanos e araras que voavam livremente, escutavam-se os sapos-martelos com o seu tilintar e até, os sapos-boi (Também designados por untanhas) a pular invejavelmente, para além de uns patos a grasnar. Lembro que Búzios fica a 120Km do Rio e que passámos por localidades naturalmente muito belas, como Rio dos Índios, Rio dos Duques, Tanguí e Rio Bonito. Depois de uns dias fora do Rio de Janeiro, retornámos à cidade maravilhosa. Despedi-me da Grande Cidade, com uma visita aos Palácios de Guanabara e de D. Pedro e à casa da Marquesa de Santos (Julga-se que foi amante do Príncipe Herdeiro). O Palácio de D. Pedro contém esplêndidos jardins, espelhos de água, um museu e uma capela de orações transformada num restaurante. Bem, nesse restaurante, comi uma feijoada brasileira supimpa, acompanhada de caipirinhas, o que foi altamente calórico! Posso adiantar-vos que fiquei afrontado o dia todo e o voo para Portugal foi tão flatulente, que a VARIG quase precisava de ser indemnizada pelo meu gasómetro. Para trás, ficava o típico sotaque da Sara, dizendo – “Paulinho pega no freezer o Guaraná”, “Paulinho vai um Chopp ou uma Brama?”. Desta viagem lembro aquele “moleque” que na “t´shirt” dizia – “Life is too short for wrong´s Job”. Portanto, eu descobri que estava na profissão errada, pois já tinha mais jeito para ser guia turístico e passar mais vezes, umas férias nestas lindas terras tropicais!

 

Paulo Dias!